Intervenção da Deputada Municipal Isabel Sousa na Assembleia Municipal de dia 14 de dezembro de 2018
Intervenção da Deputada Municipal Isabel Sousa no período antes da ordem do dia na reunião da Assembleia Municipal de dia 14 de dezembro de 2018:


"O Mosteiro de Seiça e a sua tardia recuperação
 
O admirável Mosteiro de Seiça, cheio de beleza, história e estórias, passou das ordens religiosas no séc. XIX para as mãos do estado, no final desse século passou para particulares, e em 1911, foi adquirido pelo patriarca da família Carriço. Com esta família o belo mosteiro de Seiça acolheu uma fábrica de descasque de arroz, que laborou de 1917 a 1976. Este mosteiro, pese embora as obliterações sofridas pela construção da linha do oeste e da fábrica de descasque, encontra-se atualmente numa situação calamitosa. As suas paredes, torres, tetos, arcadas, encontram-se carcomidas e frágeis. Há muito que se chama a atenção, as entidades competentes para o risco iminente de uma derrocada, que faria colapsar uma autêntica joia arquitetónica, que por sorte, se situa no nosso concelho. Nas últimas décadas têm sido desenvolvidas inúmeras ações, por parte de apaixonados pelo património local, em torno desta causa que mereceria uma intervenção urgente.


Em 2004 concretizou-se a venda do Mosteiro de Seiça pela família Carriço, passando este a ser património da Autarquia.


Desde essa data, até ao momento, com mais ênfase nos dois últimos anos e em situações distintas, veio a público a ideia de que a Câmara possuía um projeto sustentável de preservação/conservação da ruína/requalificação. Essas notícias que iam saindo na imprensa e que foram proferidas em diversos atos públicos, criaram sempre grande expectativa, no entanto as promessas não têm passado disso mesmo e tem faltado capital, vontade ou criatividade para levar a cabo tão elevado e nobre desiderato.


Em outubro o Leslie causou uma onda destruição geral pela Figueira da Foz, sendo que o Mosteiro de Seiça não saiu ileso. Derrocaram coberturas e tetos, o edifício ficou mais exposto às intempéries e lamentavelmente está ferido de morte. Em breve, se não for acudido, vamos perder todo o património que se reduzirá a um monte de escombros. Não podemos ficar tranquilos perante esta “morte anunciada”. Não é a recente classificação do mosteiro como Monumento Nacional (que aliás peca por tardia) que irá impedir a breve trecho este cenário. É necessário que se priorize a preservação deste edifício, que já deveria ter um projeto viável e sustentável, contactos efetuados ao nível das mais altas instâncias. A requalificação do edifício, a criação de qualquer equipamento de cultura/centro de interpretação naquele local é um sonho que temos e que se deve transformar em realidade, o quanto antes. Não há tempo a perder, meus senhores! 


Disse
Isabel Sousa"

Intervenção da Deputada Municipal Isabel Sousa na Assembleia Municipal de dia 14 de dezembro de 2018

Intervenção da Deputada Municipal Isabel Sousa na Assembleia Municipal de dia 14 de dezembro de 2018
Intervenção da Deputada Municipal Isabel Sousa no período antes da ordem do dia na reunião da Assembleia Municipal de dia 14 de dezembro de 2018:


"O Mosteiro de Seiça e a sua tardia recuperação
 
O admirável Mosteiro de Seiça, cheio de beleza, história e estórias, passou das ordens religiosas no séc. XIX para as mãos do estado, no final desse século passou para particulares, e em 1911, foi adquirido pelo patriarca da família Carriço. Com esta família o belo mosteiro de Seiça acolheu uma fábrica de descasque de arroz, que laborou de 1917 a 1976. Este mosteiro, pese embora as obliterações sofridas pela construção da linha do oeste e da fábrica de descasque, encontra-se atualmente numa situação calamitosa. As suas paredes, torres, tetos, arcadas, encontram-se carcomidas e frágeis. Há muito que se chama a atenção, as entidades competentes para o risco iminente de uma derrocada, que faria colapsar uma autêntica joia arquitetónica, que por sorte, se situa no nosso concelho. Nas últimas décadas têm sido desenvolvidas inúmeras ações, por parte de apaixonados pelo património local, em torno desta causa que mereceria uma intervenção urgente.


Em 2004 concretizou-se a venda do Mosteiro de Seiça pela família Carriço, passando este a ser património da Autarquia.


Desde essa data, até ao momento, com mais ênfase nos dois últimos anos e em situações distintas, veio a público a ideia de que a Câmara possuía um projeto sustentável de preservação/conservação da ruína/requalificação. Essas notícias que iam saindo na imprensa e que foram proferidas em diversos atos públicos, criaram sempre grande expectativa, no entanto as promessas não têm passado disso mesmo e tem faltado capital, vontade ou criatividade para levar a cabo tão elevado e nobre desiderato.


Em outubro o Leslie causou uma onda destruição geral pela Figueira da Foz, sendo que o Mosteiro de Seiça não saiu ileso. Derrocaram coberturas e tetos, o edifício ficou mais exposto às intempéries e lamentavelmente está ferido de morte. Em breve, se não for acudido, vamos perder todo o património que se reduzirá a um monte de escombros. Não podemos ficar tranquilos perante esta “morte anunciada”. Não é a recente classificação do mosteiro como Monumento Nacional (que aliás peca por tardia) que irá impedir a breve trecho este cenário. É necessário que se priorize a preservação deste edifício, que já deveria ter um projeto viável e sustentável, contactos efetuados ao nível das mais altas instâncias. A requalificação do edifício, a criação de qualquer equipamento de cultura/centro de interpretação naquele local é um sonho que temos e que se deve transformar em realidade, o quanto antes. Não há tempo a perder, meus senhores! 


Disse
Isabel Sousa"